sábado, novembro 26, 2005

O Ladrão de Alegrias



Meio-dia, almoço beneficente, as pessoas de uma Igreja se reúnem para saborear o popular arroz com passas, vinagrete e a famosa e não menos prestigiada maionese com salpicão e frango.

Um dos voluntários levanta a grande colher para servir um dos pagantes. Nesse estrondoso momento, um dos outros também pagantes, que estava atrás do próximo a ser servido, com voz alta e instigante proclama:

- Pra ele você deu uma cocha, e pra mim uma asa!

Naquele momento todos se sentindo desconfortáveis ignoraram levemente o evento e aos poucos iam se distanciando do momento e do motivo pelo qual estavam ali.

As mulheres pegam suas bolsas, os homens chamam as crianças e todos aos poucos vão embora tentando esquecer que um dia estiveram ali.

Numa outra situação, um senhor conversa com seu amigo da Igreja:

- Sabe, eu consegui comprar um carro.
- Qual carro?
- Um Fiat 147.
- Mas, você chama isso de carro? Esse carro tá em decadência há décadas, dá defeito de repente, você vai gastar muito com manutenção, peças e se der sorte ele vai andar por pelo menos 5 quilômetros!

O amigo que ia contar uma novidade pro outro se desestimula e vai pra casa, realmente pensando que fez um mau negócio.

Na saída do culto, um grupo de senhores conversam sobre casa própria.
O mais velho fala:

- Depois de 20 anos pagando aluguel, eu comprei uma casinha pra mim e pra minha esposa.

Um amigo dele questiona:

- Onde você comprou essa casa?

- Ah, foi lá no vilarejo da penha, lá no finalzinho da estrada, depois da mina d’água.

- O que? Você ficou louco? Tem assalto ali direto! A estrada não é asfaltada, a luz é precária, nem telefone nem tratamento de esgoto chegam lá! Eu continuaria morando de aluguel! Deus me livre!

O senhor desanimado, na noite seguinte fica chateado e acaba discutindo com sua esposa por ter se arriscado em morar ali

Esses e outros casos, demonstram as atitudes de um Popular “LADRÃO DE ALEGRIAS” – nome dado por um Pastor conferencista de Minas Gerais, Francisco Pinheiro, para designar aquelas pessoas, que friamente, dizem a realidade das coisas e por isso são taxadas de “sem coração”, e desanimadores.
Certamente, viver de ilusões é muitíssimo mais confortável, mas os torna fraco quando enfim a realidade das coisas chegam.

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W.F. Júnior

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